Tempo de Espera
Mario saiu do trabalho,
tarde como sempre. Saiu da empresa e atravessou a passarela em direção ao ponto
de ônibus. Com sorte, o coletivo passaria rápido, mas se fosse depender do
habitual, ficaria muito tempo esperando. Só não contava que dessa vez seria a
ponto de deixá-lo com os nervos à flor da pele, as sensações e sentimentos mudando
conforme os minutos passavam.
O ponto estava lotado,
mas conforme o tempo passava, as pessoas iam pegando suas conduções, seguindo
cada uma para a sua vida, e ele ali, pensando na vida e sentindo as emoções
mudarem constantemente. Consultou o relógio: meia-hora havia se passado e nada!
Murmurou um palavrão qualquer e cruzou o ponto de um lado ao outro, sem olhar
para as poucas pessoas que ainda estavam lá.
O tempo se arrastou
junto com sua espera. Era estranho, mas embora não tentasse, pensar na vida e nos
problemas era automático. Olhou o relógio: mais quinze minutos e nada. Os últimos
passageiros partiram, e ele estranhou o fato de ficar só. Não era medo, ou
talvez fosse e negasse a si mesmo isso. A verdade era que se sentiu só não por
estar só, mas sim por perceber que ninguém iria resolver isso por ele. Os
pensamentos nos problemas sondarem-lhe a mente mais uma vez. Suspirou entre
nervoso e ansioso.
Mais meia-hora havia se
passada desde que olhou a última vez o relógio. A espera, de esperançosa de que
o coletivo viria no minuto seguinte, passou a ser cansativa e não tardou a
tornar-se angustiante. A solidão naquele ponto passou a incomodá-lo. E nada do
ônibus. Olhou a última vez para o relógio e, cansado de esperar, que o coletivo
viesse para levá-lo para sua casa, começou a caminhar, pensando que para certas
coisas a espera é inútil e, que se quisesse chegar a algum lugar, nem que fosse
devagar, ficar parado esperando não surtiria efeito. Portanto, os passos o
guiaram para o futuro; devagar chegaria a casa.
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