quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Tempo de Espera


Tempo de Espera

Mario saiu do trabalho, tarde como sempre. Saiu da empresa e atravessou a passarela em direção ao ponto de ônibus. Com sorte, o coletivo passaria rápido, mas se fosse depender do habitual, ficaria muito tempo esperando. Só não contava que dessa vez seria a ponto de deixá-lo com os nervos à flor da pele, as sensações e sentimentos mudando conforme os minutos passavam.
O ponto estava lotado, mas conforme o tempo passava, as pessoas iam pegando suas conduções, seguindo cada uma para a sua vida, e ele ali, pensando na vida e sentindo as emoções mudarem constantemente. Consultou o relógio: meia-hora havia se passado e nada! Murmurou um palavrão qualquer e cruzou o ponto de um lado ao outro, sem olhar para as poucas pessoas que ainda estavam lá.
O tempo se arrastou junto com sua espera. Era estranho, mas embora não tentasse, pensar na vida e nos problemas era automático. Olhou o relógio: mais quinze minutos e nada. Os últimos passageiros partiram, e ele estranhou o fato de ficar só. Não era medo, ou talvez fosse e negasse a si mesmo isso. A verdade era que se sentiu só não por estar só, mas sim por perceber que ninguém iria resolver isso por ele. Os pensamentos nos problemas sondarem-lhe a mente mais uma vez. Suspirou entre nervoso e ansioso.
Mais meia-hora havia se passada desde que olhou a última vez o relógio. A espera, de esperançosa de que o coletivo viria no minuto seguinte, passou a ser cansativa e não tardou a tornar-se angustiante. A solidão naquele ponto passou a incomodá-lo. E nada do ônibus. Olhou a última vez para o relógio e, cansado de esperar, que o coletivo viesse para levá-lo para sua casa, começou a caminhar, pensando que para certas coisas a espera é inútil e, que se quisesse chegar a algum lugar, nem que fosse devagar, ficar parado esperando não surtiria efeito. Portanto, os passos o guiaram para o futuro; devagar chegaria a casa. 




Nenhum comentário :

Postar um comentário