Engrenagem
É o parafuso que
folga e aperta o tempo,
Conforme gritam
e saltam aos olhos nossas sensações.
Tempo é tempo, e o
que sinto passa de acordo com o que sei.
E se nada sei, sigo o
tempo que rege para onde todos vamos.
Meninos, meninas,
homens, mulheres, velhos!
Todos num único
caminho dos ponteiros da vida.
Em sentido horário,
devemos ter sentido,
Para não estarmos
sentidos de algo no último instante.
Nessa engrenagem
silenciosa de toda existência,
Nesse trabalhar de
formiga que cava a cova do desespero,
Nesse deitar e
levantar de dias sempre iguais,
Morreremos todos! sem
viver a vida orgânica da qual nascemos.
Preza!, preza pela
engrenagem de ferros retorcidos, preza…!
E reza para esse deus
em quem tu crês, pois já é um vício:
O vício de viver a vida
sob os ponteiros do tempo,
Esperando de um deus,
esperança: abstração da humanidade.
Mas se ainda
transpiras e sentes dor, sorrias,
Que em teu peito ainda
bate a vida da qual nasceste,
Mas se só vives a
favor de toda engrenagem mecânica,
Alimenta-te também do óleo que rega essa
modernidade.
Nenhum comentário :
Postar um comentário