quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Engrenagem


Engrenagem

É o parafuso que folga e aperta o tempo,
Conforme gritam e saltam aos olhos nossas sensações.
Tempo é tempo, e o que sinto passa de acordo com o que sei.
E se nada sei, sigo o tempo que rege para onde todos vamos.

Meninos, meninas, homens, mulheres, velhos!
Todos num único caminho dos ponteiros da vida.
Em sentido horário, devemos ter sentido,
Para não estarmos sentidos de algo no último instante.

Nessa engrenagem silenciosa de toda existência,
Nesse trabalhar de formiga que cava a cova do desespero,
Nesse deitar e levantar de dias sempre iguais,
Morreremos todos! sem viver a vida orgânica da qual nascemos.

Preza!, preza pela engrenagem de ferros retorcidos, preza…!
E reza para esse deus em quem tu crês, pois já é um vício:
O vício de viver a vida sob os ponteiros do tempo,
Esperando de um deus, esperança: abstração da humanidade.

Mas se ainda transpiras e sentes dor, sorrias,
Que em teu peito ainda bate a vida da qual nasceste,
Mas se só vives a favor de toda engrenagem mecânica,
Alimenta-te também do óleo que rega essa modernidade.






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